Gaudêncio Torquato (Assessoria e consultoria de Imprensa. In: Tratado de comunicação organizacional e política, SP: Pioneira, 2004) mostra-nos os conceitos da assessoria e da consultoria. Diz que a primeira é a área mais nobre do sistema da comunicação e que o consultor é mais que um operador de assessoria de imprensa, é o perfil mais elevado da área e passa a acompanhar as cúpulas dirigentes em missões mais elevadas, além de desenvolver atividade de articulação político-institucional para as organizações.
Tais ramos da comunicação vêm crescendo muito nos últimos anos, isso devido à expansão dos negócios, principalmente dentre as grandes organizações, em função da abertura do universo da locução, quando os meios de comunicação cederam espaço ao discurso democrático, e através do fenômeno da globalização. Afinal, quanto mais expandidos os negócios, maior a necessidade de uma malha de comunicação.
Torquato defende que não só grandes empresas com maior volume de negócios e funcionários necessitam da assessoria de imprensa, mas também as empresas de pequeno porte, afinal elas precisam mostrar produtos e possibilidades. Quem não se comunica não tem condições de abrir nichos negociais, diz ele. Neste caso, das pequenas empresas, se não assessor, ao menos pensar a comunicação é indispensável.
Segundo o autor, para que atividades de assessoria estejam em harmonia com a vitalidade da empresa, o assessor deve adequar-se à realidade ambiental e estar por dentro dos fatos que estão ocorrendo na sociedade. Os fatores sociais, ambientais e econômicos influenciam nos produtos e serviços.
Para Torquato, admitir erros e concertá-los é essencial para a imagem da empresa. Não adianta encobrir falhas, pois a população está cada vez mais exigente e seus interesses prevalecem. O assessor, diante desse caso, deve desenvolver uma ética profissional. É preciso compatibilizar o direito do consumidor com a política da informação.
Dizer a verdade é primordial, pois ela é traduzida de acordo com quem diz, por quem ouve, pelo momento em que é dita, pelo lugar, e ainda pelas circunstâncias.
O autor fala que a assessoria está cada vez mais concentrada como um processo de integração entre a organização e a sociedade. Isso implica o crescimento do mercado de profissionais qualificados, pois quem não tem competência será excluído. Sendo assim, é preciso ter cuidado com a improvisação. O mal profissional pode prejudicar a organização.
Quanto às relações com a imprensa, alerta que o assessor deve elaborar bem os releases antes de enviá-los para a imprensa e que eles devem ser considerados como uma indicação para uma matéria a ser feita e não como matéria a ser veiculada. As relações com a imprensa devem ocorrer dentro de uma diplomacia de respeito e intercâmbio constante, pois os objetivos são as informações. A postura de relacionamento não precisa ser oportunista, nem se deve cooptar profissionais da mídia com presentinhos.
Lembra que é preciso saber qual a pessoa mais indicada para criar um bom relacionamento. Além do mais, o assessor deve cultivar um contato especial com os colunistas. Ele deve descobrir o perfil do jornalista a ser contratado, principalmente em relação à ética de seu profissionalismo. Também é de fundamental importância ter conhecimento integral e pleno do funcionamento da filosofia e do clima das relações para compreender os interesses, e saber como, quando, e a que horas falar com os membros da redação.
Ao dizer que é essencial compreender o posicionamento e o ideário de cada meio de comunicação, mostra que o assessor deve sempre saber onde veicular as notícias da organização. Com isso cita as características dos principais veículos do país, cada um com seu estilo, suas qualidades e seus defeitos. Destaca ainda a escala de importância dos veículos de comunicação, considerando a força de cada um e estabelece a escala de impactos das notícias veiculadas nas mídias.
Segundo o autor, a organização que possui assessoria de imprensa externa ganha vantagens, o profissional é mais experiente, tem flexibilidade e demonstra neutralidade, ou seja, não gera ciúmes nas demais áreas. O único ponto negativo é que para sentir o clima da empresa o assessor demora muito.
Torquato finaliza o capítulo destacando as qualidades do bom profissional de comunicação, seus valores e seu perfil. Lamenta a escassez desse profissional, o assessor e consultor de imprensa, e diz que os melhores saem das redações dos grandes veículos de comunicação.
Bom momento para se discutir isso, visto que, para ser jornalista, não é mais obrigatório que tenha diploma, formação acadêmica específica.
Laiz Vetorazzi
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